domingo, 22 de maio de 2011

Devoção Ituana

Santa Rita de Cássia e os Ituanos


Há uma noite do mês de maio em que as ruas do Centro velho de Itu ganham um perfume especial de rosas e uma multidão percorrem-nas em silêncio e oração. Em alguns momentos, pétalas chegam a cair do céu numa chuva de esperança e renovação. É nessa noite fria de maio que a secular imagem de Santa Rita, datada de 1726, deixa o altar da velha capelinha, a construção mais antiga de Itu, e é seguida num demorado trajeto por uma verdadeira massa de fiéis que pedem e agradecem por suas graças.



De todas as procissões da região, a de Santa Rita, em Itu, é algo único e grandioso. Emocionante pelo número de devotos que dela participam (já houve vez que chegou por volta de 30 mil pessoas), pelas rosas que eles carregam nas mãos (são mais de 20 mil botões distribuídos ao longo do percurso), pelas pétalas que são jogadas de um helicóptero sobre a multidão, pelos relatos que muitos trazem em favor da “santa das causas impossíveis” e uma das mais populares entre os católicos no Brasil, e pela própria história da italiana Rita de Cássia.



Todos os anos, Itu recebe a visita de dezenas de ônibus com fiéis, vindos de outros municípios da região e da Capital.



A devoção dos ituanos por Santa Rita é muito antiga, tanto que a construção da capela aconteceu antes mesmo da sua canonização. A inauguração ocorreu em 1728 e Rita só foi canonizada em 1900. Talvez isso explique os milhares de fiéis. Muitos conhecem a história da santa ainda na infância e carregam a fé nela por toda a vida. A grandiosa procissão, considerada a maior da região, será hoje, dia 22, domingo, no Centro da cidade.



A Igreja



A Igreja Santa Rita é a construção urbana mais antiga da cidade. Inaugurada por Mathias do Rego, em 1728, conserva ainda a arquitetura original. Em seu interior, abriga a imagem de sua padroeira, Santa Rita de Cássia, responsável pela vinda de milhares de fiéis a Itu.


A Santa



Santa Rita nasceu em um pequeno povoado chamado Rocca Porena (Roccaporena, 1381 — Cássia, 22 de maio de 1457), situado na região de Cássia, na província da Úmbria, no centro da Itália. Na Úmbria nasceram muitos filhos ilustres, entre eles São Francisco de Assis, São Bento e Santa Clara, além de Santa Rita. Foi uma monja agostiniana da diocese de Espoleto, Itália. Foi beatificada em 1628 por Urbano VIII, com um especial indulto do Papa Bento XIII de 1727, foi canonizada pelo Papa Leão XIII em 1900.



Imagem venerada em Itu
Os pais de Santa Rita, Antonio Mancini e Amata Serri, formavam um casal exemplar e eram conhecidos pelos seus concidadãos como "pacificadores de Jesus Cristo". Gozavam de imenso prestígio e autoridade no meio daquela gente, por suas virtudes. Sua ocupação diária era visitar os vizinhos mais necessitados, levando a eles ajuda espiritual e material. Para que sua felicidade fosse completa, porém, faltava ao casal um filho que estreitasse ainda mais o seu amor. Apesar da idade avançada de Amata (62 anos), nem por isso deixavam de confiar em Deus e foi assim Deus atendeu às suas preces: conta a história que um anjo apareceu a ela e lhe revelou que daria à luz uma menina que seria a admiração de todos, escolhida por Deus para manifestar a todos os seus prodígios.



            No ano de 1381, nasceu esta admirável criatura, que foi batizada em Santa Maria dos Pobres, em Cássia, porque o pequeno povoado de Rocca Porena somente passou a ter uma pia batismal em 1720. O nome de Rita, diminutivo de Margarida (Margherita, em italiano) foi revelado pelo anjo, com o qual a Santa se tornou conhecida para sempre.



Quanto Antonio e Amata iam trabalhar nos campos, colocavam sua filhinha em um cestinho de vime, que levavam consigo, e abrigavam-na à sombra das árvores.



Um dia, enquanto lavradores e pássaros cantavam em uníssono, a criança sonhava, com os olhos voltados para o céu azul, quando um grande enxame de abelhas brancas a envolveu, fazendo um zumbido especial. Muitas delas entravam em sua boca e aí depositavam mel, sem a ferroar, como se não tivessem ferrões. Nenhum gemido da criança para chamar seus pais; ao contrário, dava gritinhos de alegria.



Enquanto isso, um lavrador que estava próximo feriu-se com uma foice, dando um grande talho na mão direita. Dirigindo-se imediatamente para Cássia, a fim de receber os necessários cuidados médicos, ao passar perto da criança viu as abelhas que zumbiam ao redor de sua cabeça. Parou e agitou as mãos para livrá-la do enxame. No mesmo instante, sua mão parou de sangrar e o ferimento se fechou. Deu gritos de surpresa, o que chamou a atenção de Antonio e Amata, que acorreram ao local. O enxame, por poucos instantes disperso, voltou ao seu lugar e mais tarde, quando Rita foi para o mosteiro de Cássia, as abelhas ficaram nas paredes do jardim interno.



Este fato é relatado por todos os biógrafos da santa e transmitido pelas tradições e pinturas que a ele se referem. A Igreja, tão exigente para aceitar as tradições, insere esta circunstância nas lições do Breviário. Tendo atribuído o nascimento de Rita a um milagre, seus pais também atribuíram este acontecimento a um prodígio divino.



 Foi casada com um homem muito cruel e mãe de dois filhos, mas todos morreram e pôde tornar-se, aos 40 anos, religiosa do Convento de Santa Maria Madalena.



Inúmeros foram os ocorridos que fizeram desta santa uma das mais miraculosas em vida. Teve um espinho destacado da coroa de uma imagem de Cristo penetrado em sua testa, cumprindo assim um pedido seu de sentir as dores de Jesus Cristo em expiação pelos pecados do mundo. Ficou 15 anos reclusa em uma cela, pois sua ferida era repelente e fétida para todos que dela se aproximavam.



Assim, ela permaneceu por anos, até adoecer. Num dos episódios mais marcantes, ela pediu, em pleno inverno e acamada, que buscassem uma rosa e figos maduros de seu antigo jardim, algo impossível para um local onde a neve se fazia rigorosa. Mas a flor e os frutos tão desejados lá estavam. Conta-se que na hora de sua morte, os sinos do convento tocaram misteriosamente. As irmãs ao encontrarem o corpo de Rita perceberam que dele exalava um perfume de rosas, sua ferida estava curada e de seu rosto desprendia um sorriso indescritível.


Santa Rita de Cássia, rogai por nós!!!



quinta-feira, 19 de maio de 2011

Perseguição Religiosa

CENSURA NA MÍDIA

Veja logo abaixo trecho da entrevista que Marta Suplicy afirma que concederá liberdade para falar contra o homossexualismo somente dentro “das igrejas e dos templos”, tomando “o cuidado que em mídia eletrônica não pode fazer isso”.
Blogs como este serão proibidos de possuírem qualquer conteúdo contra esta nefanda  prática antinatural.



sexta-feira, 13 de maio de 2011

13 de Maio


Lágrimas, Milagroso Aviso
Artigo Publicado na “Folha de São Paulo” em 06 de Agosto de 1972


A "Folha de S. Paulo" de 21 de julho p.p. publicou uma fotografia procedente de Nova Orleans, na qual se via uma imagem de Nossa Senhora de Fátima a verter lágrimas. O documento despertou vivo interesse no público paulista. Penso, pois, que algumas informações sobre este assunto satisfarão os justos anelos de muitos leitores.
Não conheço melhor fonte sobre a matéria do que um artigo intitulado, muito americanamente, "As lágrimas da imagem molharam o meu dedo". Seu autor é o Pe. Elmo Romagosa. Publicou seu trabalho o "Clarion Herald" de 20 de julho p.p., semanário de Nova Orleans, e distribuído em onze paróquias do Estado de Louisiana.
Os antecedentes do fato são conhecidos. No ano de 1917, Lúcia, Jacinta e Francisco tiveram várias visões de Nossa Senhora em Fátima. A autenticidade dessas visões foi confirmada por vários prodígios no sol, atestados por toda uma multidão reunida enquanto a Virgem se manifestava às três crianças.
Em termos genéricos, Nossa Senhora incumbiu os pequenos pastores de comunicar ao mundo que estava profundamente desgostosa com a impiedade e a corrupção dos homens. Se estes não se emendassem, viria um terrível castigo, que faria desaparecer várias nações. A Rússia difundiria seus erros por toda a parte. O Santo Padre teria muito que sofrer.
O castigo só seria obviado se os homens se convertessem, se fosse consagrada a Rússia e o Mundo ao Imaculado Coração de Maria e se se fizesse a Comunhão reparadora dos primeiros sábados de cada mês.
Isto posto, a pergunta que naturalmente salta ao espírito é se os pedidos foram atendidos.
Pio XII fez, em 1942, uma consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria. A Irmã Lúcia asseverou que ao ato faltaram algumas das características indicadas por Nossa Senhora. Não pretendo analisar aqui o complexo assunto. Registro apenas, de passagem, que é discutível se o primeiro pedido de Nossa Senhora foi atendido, ou não.
Quanto ao segundo pedido, isto é, a conversão da humanidade, é tão óbvio que não foi atendido, que me dispenso de entrar em pormenores.
Como Nossa Senhora estabeleceu o atendimento de seus pedidos, como condição para que fossem desviados os flagelos apocalípticos por Ela previstos, está na lógica das coisas que baixe sobre a humanidade a cólera vingativa e purificadora de Deus, antes de vir a nós a conversão dos homens e a instauração do Reino de Maria.
Das três crianças de Fátima, a única sobrevivente é a irmã Lúcia, hoje religiosa carmelita em Coimbra. Sob a direção imediata desta última, um artista esculpiu duas imagens, que correspondem quanto possível aos traços fisionômicos com que a Santíssima Virgem apareceu em Fátima. Ambas essas imagens, chamadas "peregrinas", têm percorrido o mundo, conduzidas por sacerdotes e leigos. Uma delas foi levada recentemente a Nova Orleans. E ali verteu lágrimas.
O Pe. Romagosa, autor da crônica a que me referi, tinha ouvido falar dessas lacrimações pelo Pe. Breault, ao qual está confiada a condução da imagem. Entretanto, sentia ele funda relutância em admitir o milagre. Por isto, pediu ao Pe. Breault que o avisasse assim que o fenômeno começasse a se produzir.
O Pe. Breault, notando alguma umidade nos olhos da imagem, no dia 17 de julho, telefonou ao Pe. Romagosa, o qual acorreu junto à imagem às 21:30, trazendo fotógrafos e jornalistas. De fato, notaram todos alguma umidade nos olhos da imagem, que foi logo fotografada. O Pe. Romagosa passou então o dedo pela superfície úmida, e recolheu assim uma gota do líquido, que também foi fotografada. Segundo o Pe. Breault, esta era a 13ª lacrimação da imagem.
Às 6:15 horas da manhã seguinte, o Pe. Breault telefonou novamente ao Pe. Romagosa informando-o de que desde as quatro horas da manhã, a imagem chorava. O Pe. Romagosa chegou pouco depois à Igreja, onde, diz ele, "vi uma abundância de líquido nos olhos da imagem, e uma gota grande de líquido na ponta do nariz da mesma". Foi essa gota, tão graciosamente pendente, que a fotografia da "Folha de S. Paulo" mostrou a nosso público.
O Pe. Romagosa acrescenta que vira "um movimento do líquido enquanto surgia lentamente da pálpebra inferior".
Mas o Pe. Romagosa queria eliminar dúvidas. Notara ele que a imagem tinha uma coroa fixada na cabeça por uma haste metálica. Ocorreu-lhe uma pergunta: não haveria sido introduzida, no orifício em que penetrava a haste, certa porção de líquido que depois escorrera até os olhos da imagem?
Cessado o pranto, o Pe. Romagosa retirou a coroa da cabeça da imagem: a haste metálica estava inteiramente seca. Introduziu ele, então, no orifício respectivo, um arame revestido de papel especial, que absorveria forçosamente todo líquido que ali estivesse. Mas o papel saiu absolutamente seco.
Ainda não satisfeito com tal experiência, o Pe. Romagosa introduziu no orifício certa quantidade de líquido. Sem embargo, os olhos se conservaram absolutamente secos. O Pe. Romagosa voltou então a imagem para o solo: todo o líquido introduzido no orifício escorreu normalmente. Estava cabalmente provado que do orifício da cabeça -- único existente na imagem -- nenhuma filtração de líquido para os olhos seria possível.
O Pe. Romagosa ajoelhou-se. Enfim ele acreditara.
O misterioso pranto nos mostra a Virgem de Fátima a chorar sobre o mundo contemporâneo, como outrora Nosso Senhor chorou sobre Jerusalém. Lágrimas de afeto terníssimo, lágrimas de dor profunda, na previsão do castigo que virá.
Virá para os homens do século XX, se não renunciarem à impiedade e à corrupção. Se não lutarem especialmente contra a autodemolição da Igreja, a maldita fumaça de Satanás, que no dizer do próprio Paulo VI, penetrou no recinto sagrado.


Ainda é tempo, pois, de sustar o castigo, leitor, leitora!
"Mas, dirá alguém, esta não é uma meditação própria para um ameno domingo". -- Não é preferível -- pergunto -- ler hoje este artigo sobre a suave manifestação da profética melancolia de nossa Mãe, a suportar os dias de amargura trágica que, a não nos emendarmos, terão que vir?
Se vierem, tenho por lógico que haverá neles, pelo menos, uma misericórdia especial para os que, em sua vida pessoal, tenham tomado a sério o milagroso aviso de Maria.
É para que minhas leitoras, meus leitores, se beneficiem dessa misericórdia, que lhes ofereço o presente artigo...

Plinio Correa de Oliveira