sábado, 1 de dezembro de 2012

IGREJA CATÓLICA : A Alma do Natal III





O encanto medieval das feiras de Natal
Luis Dufaur
Longe da banalidade comercial de hoje, o sorriso sobrenatural do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo enchia de alegria suave e de aconchego as praças de cidades e aldeias, de palácios e choupanas da Idade Média.
A tradição, embora deformada, pervive até hoje.
Trata-se das feiras de Natal que ainda dominam em cidades alemãs, austríacas, alsacianas, etc., na Europa.
Elas constituem um eco saudoso, requintado em épocas posteriores, do Natal medieval.
Cheiro de ervas, amêndoas torradas, vinho, cravo, canela, incenso e resina de pinheiro.
Enfeites natalinos que falam não ao corpo mas à alma nos fazem reviver as profundas alegrias da infância.


Alegrias que a festa do nascimento do Menino Jesus reaviva em toda alma reta.
Luz de vela, utensílios de madeira: tudo relembra o aspecto material rude da Gruta de Belém.
Ao mesmo tempo, parece ecoar a insondável luz sobrenatural da graça, do cântico dos anjos, da alegria ingênua e enlevada dos pastores, do maravilhamento entusiasmado dos Reis do Oriente diante do Menino Deus.
As feiras de Natal da Alemanha começam no Advento, período litúrgico tradicional das quatro semanas antes do Natal.
Dresde erige uma “pirâmide” de Natal de 14 metros de altura que não é outra coisa senão um bolo de frutas típico (Christstollen), pesando quatro toneladas.


A mais antiga feira, porém, é a de Nuremberg.
A de Colônia, muito famosa, na realidade é só de 1820.
Mas como que querendo estabelecer uma ligação com o imponderável da Idade Média a cidade tem seis feiras natalinas, uma delas ao lado de sua catedral gótica, a maior da Alemanha.
Em Augsburgo, a especialidade é o pão de mel. Lá, o imenso pinheiro de Natal fica pequenino ao lado das torres da igreja, que medem 150 metros.
Em dezembro, cerca de dois milhões de pessoas passam pela feira natalina a respirar uma pontinha do charme medieval que nelas paira impalpavelmente.
Quanto mais autênticas, mais querem se parecer com os mercados medievais. Pode se encontrar um porco sendo assado em um espeto de madeira, pessoas com roupas longas, sapatos de couro de ovelha e chapéus de uma outra era. E se alguém perguntar, a resposta é uma só: o Sr., a Sra. está em um mercado de Natal medieval.


Iluminados por fogueiras acessas no chão ao invés da chata moderna lâmpada, o cheiro de madeira queimada domina o local.
Mergulhadas num ambiente que fala de fé e lógica, as pessoas compram artigos forjados no fogo, como facas e utensílios de cozinha.
Em Siegburg, um grupo de saltimbancos-trovadores anuncia o fim da feira todos os dias, com um show de fogo e instrumentos medievais.








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