sábado, 4 de janeiro de 2014

Ante o apoio dado por Francisco à luta pela terra: Omitir-se ou Resistir?

POR FIDELIDADE À FÉ E AO PAPADO, RESISTIMOS.




Marcos Luiz Garcia
Blog Resistir na Fé


O explícito apoio e estímulo dado no Vaticano pelo Papa Francisco ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST - Via Campesina), cujos membros são conhecidamente comunistas, invasores de terras, violentos destruidores de bens alheios legítimos, que há décadas vêm tentando realizar sem sucesso uma Reforma Agrária baseada em princípios opostos à doutrina católica, principalmente no que tange à propriedade privada, causou-me, e a muitos, uma imensa perplexidade!
Sempre fui anticomunista em razão de minhas convicções católicas. É porque católico, é em nome dos princípios católicos, que sou anticomunista. Aliás, muitos católicos são como eu.
Diante do apoio claro dado por Francisco ao ultra esquerdista Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, nós, católicos anticomunistas, ficamos num dilema: como explicar nossa posição enquanto católicos?  Nossa atuação fica sujeita a uma objeção supremamente embaraçosa: a ação anticomunista que efetuamos não conduz a um resultado precisamente oposto ao desejado pelo Vigário de Jesus Cristo?
Resta-nos, enquanto católicos anticomunistas, cessar nossa atuação ou dar uma explicação:
Inspiro-me no profético manifesto de Plinio Corrêa de Oliveira, escrito em 1974, diante da catastrófica política de Paulo VI de distensão com os governos comunistas.
“Cessar a luta, não o podemos. E é por imperativo de nossa consciência de católicos que não o podemos. Pois se é dever de todo católico promover o bem e combater o mal, nossa consciência nos impõe que defendamos a doutrina tradicional da Igreja, e combatamos a doutrina comunista.
“O mundo contemporâneo ressoa por toda parte com as palavras "liberdade de consciência". São elas pronunciadas em todo o Ocidente, e até nas masmorras da China... ou de Cuba. Muitas vezes essa expressão, de tão usada, toma até significados abusivos. Mas no que ela tem de mais legítimo e sagrado se inscreve o direito do católico, de agir na vida religiosa, como na vida cívica, segundo os ditames de sua consciência.’
“Sentir-nos-íamos mais agrilhoados na Igreja do que o era Soljenitsin na Rússia soviética, se não pudéssemos agir em consonância com os documentos dos grandes Pontífices que ilustraram a Cristandade com sua doutrina.’
“A Igreja não é, a Igreja nunca foi, a Igreja jamais será tal cárcere para as consciências. O vínculo da obediência ao Sucessor de Pedro, que jamais romperemos, que amamos com o mais profundo de nossa alma, ao qual tributamos o melhor de nosso amor, esse vínculo nós o osculamos no momento mesmo em que, triturados pela dor, afirmamos a nossa posição.’
“Neste ato filial, dizemos ao Pastor dos Pastores: Nossa alma é Vossa, nossa vida é Vossa. Mandai-nos o que quiserdes. Só não nos mandeis que cruzemos os braços diante do lobo vermelho que investe. A isto nossa consciência se opõe.’
“Sim, Santo Padre – continuamos – São Pedro nos ensina que é necessário "obedecer a Deus antes que aos homens" (At. V, 29). Sois assistido pelo Espírito Santo e até confortado – nas condições definidas pelo Vaticano I – pelo privilégio da infalibilidade. O que não impede que em certas matérias ou circunstâncias a fraqueza a que estão sujeitos todos os homens possa influenciar e até determinar Vossa atuação. Uma dessas é – talvez por excelência – a diplomacia. E aqui se situa a Vossa política de distensão com os governos [e líderes] comunistas.
“Aí o que fazer? As laudas da presente declaração seriam insuficientes para conter o elenco de todos os Padres da Igreja, Doutores, moralistas e canonistas – muitos deles elevados à honra dos altares – que afirmam a legitimidade da resistência. Uma resistência que não é separação, não é revolta, não é acrimônia, não é irreverência. Pelo contrário, é fidelidade, é união, é amor, é submissão.

"'Resistência' é a palavra que escolhemos de propósito, pois ela é empregada nos Atos dos Apóstolos pelo próprio Espírito Santo, para caracterizar a atitude de São Paulo. Tendo o primeiro Papa, São Pedro, tomado medidas disciplinares referentes à permanência no culto católico de práticas remanescentes da antiga Sinagoga, São Paulo viu nisto um grave fator de confusão doutrinária e de prejuízo para os fiéis. Levantou-se então e 'resistiu em face' a São Pedro (Gal. II, 11). Este não viu, no lance fogoso e inesperado do Apóstolo das Gentes, um ato de rebeldia, mas de união e amor fraterno. E, sabendo bem no que era infalível e no que não era, cedeu ante os argumentos de São Paulo. Os Santos são modelos dos católicos. No sentido em que São Paulo resistiu, nosso estado é de resistência.
“E nisto encontra paz nossa consciência.
“Resistir significa que aconselharemos os católicos a que continuem a lutar contra a doutrina comunista com todos os recursos lícitos, em defesa da Pátria e da Civilização Cristã ameaçadas.
“Resistir significa que jamais empregaremos os recursos indignos da contestação, e menos ainda tomaremos atitudes, que em qualquer ponto discrepem da veneração e da obediência que se deve ao Sumo Pontífice, nos termos do Direito Canônico.”
Isso posto, recordamos aqui que Nossa Senhora nos advertiu em Fátima explicitamente contra os erros da Rússia, ou seja, do comunismo. Portanto, favorecer, estimular, encorajar, apoiar de qualquer maneira o comunismo é desobedecer frontalmente a Nossa Senhora.
Lembramos ainda a imensa quantidade de documentos pontifícios condenando o comunismo, peças do Magistério da Igreja inspiradas na coerência doutrinária bimilenar da Igreja, assistida pelo Espírito Santo, que poder algum pode ignorar ou invalidar.
Nossa atitude de Resistência é a expressão sincera e firme de nossa fidelidade inabalável a Deus, à Sua Santa Igreja e ao Vigário de Cristo na terra, abarcando todos os temas que se inserem nas circunstâncias descritas acima.



Conscientes da imensa crise que atinge a humanidade, especialmente nossa Santa Igreja, continuaremos nossa luta pacífica e legal, tendo sempre presente no espírito que, quaisquer que sejam as perplexidades que nos envolvam, manteremos nossa fé indefectível na promessa de Nosso Senhor Jesus Cristo de que as portas de inferno não prevalecerão contra a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, Sua única Igreja verdadeira.